sexta-feira, 25 de abril de 2008

Série Cartas: Andar de carro?

No Caderno do Ancelmo achei surpreendente e admirável a opinião exposta no quadro Ponto-Final. Realmente o brasilerio deveria mesmo mudar de sonho, ao invés de cobiçar ter um carro zero, deveria se projetar num futuro glorioso, em que se deslocaria pelas cidades através do metrô ou outro transporte público de qualidade. Claro que para viajar, e para sair com a namorada(o), o carro continua sendo melhor opção. Mas a aterradora verdade é que os quase 2 milhões de automóveis, que estão frabicados todo ano no Brasil, estão servindo apenas para congestionar ainda mais as ruas. Sua utilidade é apenas causar um caôs urbano sem precedentes, ou seja, sua inutilidade. Não há por onde trafegar, nem onde estacionar, nem mesmo onde desembarcar os passageiros. Esse caôs é o dia-a-dia nas ruas de todas as grandes cidades brasileiras, e ninguem reclama, claro, porque já tem um carro na garagem. Esse é o maior erro de uma sociedade individualista, sentir-se bem consigo mesmo enqaunto o todo, o coletivo, está indo para as cucuias

Paralelamente, o metrô e os trens, que ainda não carregam nem metade dos passageiros que um dia deverá transportar, ficam absurdamente lotados nos horários de rush. Ser passageiro de metrê é um verdadeiro sacrifício. Outro dia mesmo uma multidão enfurecida quebrou o ônibus de integração do metrô, em frente a Siqueira Campos, pois ele demorara demais a liberar os passageiros. Todos os passageiros estavam espremidos, nervosos, aflitos e doidos para chegarem em seus trabalhos e não tomarem bronca do patrão. Mas como o patrão anda de carro é provavel que ele tenha chegado atrasado tambem. Só não chega atrasado quem anda de helicóptero. Esse é o verdadeiro e único luxo nos dias de hoje. Ter carro na garagem é mesmo besteira.

Rio de Janeiro, 11 de Março de 2008

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