sábado, 27 de dezembro de 2008

Cavalo de Tróia

É Natal, época de reunirmos a família e os amigos, de estarmos contentes e celebrando a paz, e acho não pode haver pior notícia do que o avanço de belicismo em nosso país. O acordo Brasil-França prevê um gasto da ordem de 20 bilhões de reais, dos cofres do povo brasileiro, num projeto de fortalecimento das forças armadas nacionais.
Esse submarino atômico e os outros 4 não-atômicos são o maior presente de grego que o povo brasileiro poderia receber neste natal de 2008. Como se não bastasse a inutilidade de parcos submarinos para defender nosso litoral extremamente extenso, deixamos de investir em educação, que constitui a verdadeira forma de atingir a paz através do entendimento.
Com 20 bilhões de Reais os brasileiros poderiam erguer 2 mil escolas ao custo de 10 milhões cada, ou pagarmos 1 milhão de professores com salários e 20 mil reais anuais.
Então, antes que chegue o ano-novo, proponho uma reflexão: Será que não estamos transferindo "tecnologicamente" um cavalo de tróia para o Brasil?

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Incêndiando ônibus Grego

Se os brasileiros de grandes captais como o Rio de Janeiro, São Paulo ou Salvador falassem grego, acho que teríamos uma revolução de proporções cataclísmicas em nosso país. Vejo agora quase incrédulo essa revolta geral criada na Grécia por causa da morte de um adolescente por um policial. Coisa que lá é motivo de explodir bombas, quebrar lojas e invadir instituções aqui é apenas um fato comum e diário. De vez em quando vemos alguem incêndiando um ônibus como forma de protesto, mas isso é fato raro, já que a maioria dos homícidios de jovens passa em branco e vira parte das estatísticas da cara da morte.

Quem dera falassemos Grego. Quem dera fosse obrigatório o ensino da língua Grega nos currículos das escolas brasileras. Alem de entendermos mais sobre Sócrates, Aritóteles e Pitágoras não sobraria um só ônibus para incendiarmos, pois estariam todos pegando fogo neste momento. E aí, quem sabe, as coisas começassem a mudar.

10 de Dezembro de 2008

Estacionamentos S.A.

Os estacionamentos cariocas sempre foram dominados por verdadeiros cartéis. Quantas foram as vezes que eu já tive que pagar 5 reais, ou mais, para um guardador que nem se quer vigia o carro. Esses guardadores que chegam a extorquir 10 a 15 reais de madames e patricinhas amedrontadas, durante os finais de semana. Outro dia mesmo tive o capô do meu carro amassado e arranhado por um sujeitinho que "guarda" carros no Baixo Gávea, tentei estacionar pelo Vaga Certa, mas quando retornei vi que meu prejuízo passaria dos 100 reais. Por essas e outras fiquei de queixo-caído quando fui a Brasília e um guardador, perto da antena de TV, só faltou me beijar a mão pelos 50 centavos que lhe dei livremente. Mas tenho certeza que o carioca não quer em a esmola, nem a extorsão. O carioca quer estacionamento organizado e principalmente que dê direito a seguro em caso de roubos ou acidentes. E isso nem a nova empresa de Estacionamentos do Rio vai oferecer.

11 de Novembro de 2008

Fast-Jornalismo

O que o Ministro Haddad defende me parece uma injustiça enorme com os Jornalistas de verdade. Segundo a proposta do Ministro, se tornar jornalista seria algo próximo de ir ao shopping-center e pedir pelo número 1 no McDonalds. No caso, comprariamos um diploma de jornalista em uma faculdadezinha de quinta categoria. Tudo assim, FAST, sem compromisso.
Ora, é óbvio que ninguem se forma Jornalista em 6 meses, mesmo já tendo graduação em outro curso superior. Caso contrário não existiriam os cursos de Comunicação Social. Cursos de 6 meses, ou até um ano, contribuiriam somente para aumentar ainda mais o número de cursos superiores caça-níqueis que abundam pelos sistemas de ensino Brasil a fora.
Alem disso Jornalistas realmente bem formados, com cursos de 4 anos, passariam a ser comparados com pessoas que fizeram um cursinho tapa-o-sol-com-a-peneira. Aqui a injustiça!
Para mim, o meio-termo a ser atingido é outro. Acredito que este tipo de curso rápido para Jornalistas só deva ser aplicado para aqueles profissionais não-formados em Comunicação, mas que já tenham prática jornalística comprovada, durante anos... Caso contrário seria desvalorizar ainda mais, o já tão desvalorizado e mau-pago setor das Comunicadores Sociais.

18 de Setembro de 2008

sábado, 12 de julho de 2008

Série Cartas: Despreparada Gay

Sou do Rio de Janeiro e vim a Fortaleza a trabalho. Esta cidade, alem de me proporcionar um ótimo ambiente para realizar minha profissão, é realmente linda e está de parabens. Eu fiquei encantado durante minha folga neste fim-de-semana, quando pude constatar que Fortaleza e adjacências não são o maior ponto turísitico do Brasil à toa. Muita coisa boa, e muito potencial ainda a ser desenvolvido nessa campo do turismo. Mas infelizmente após 22:30 da noite a Parada Gay continuava bombando com o som à toda do lado do apartamento onde estou alojado na Praia de Iracema. Acho que saber lhe dar com as diferenças é mesmo imprescindível para o Brasil. Mas se quisermos evoluir, de verdade , precisamos respeitar todas as pessoas, inclusive as que precisam acordar cedo para o trabalho no dia seguinte.

Carta enviada ao Jornal O Povo, de Fortaleza (CE) no dia 29 de Junho de 2008, durante o final da (Despre)parada Gay.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Sére Cartas: Árvores Assassinas do Leblon

Moro no Alto Leblon e escrevo para relatar e denunciar a calamitosa situação que estamos vivendo por aqui. Em Fevereiro deste ano caiu uma grande árvore, em frente ao prédio onde moro, em cima de uma escada que serve de acesso entre a Rua Sambaiba e a Rua Aperana. Uma parte do concreto da escada quebrou e dois carros foram completamente amassados, tamanho o peso do tronco. Um pouco antes disso, na esquina da Rua Aperana com a Rua Igarapava, a poucos passos do acidente na escada, minha mãe saia para caminhar quando um gigantesco tronco caiu a um metro de distância de onde ela estava, quase a atingindo. Se pegasse nela, hoje, certamente eu estaria sem mãe. Como se não bastasse, existe atualmente um enorme tronco dependurado. Ironicamente este tronco está seguro apenas por algumas raízes de ervas-de-passarinho, sobre esta mesma escada, que é um local onde todo dia transitam várias pessoas, que têm sofrido o risco da morte. Apesar de minhas ligações para os Bombeiros, Defesa Civil, Comlurb e Parques e Jardins ninguem aparece para dar jeito nisso. E nós que pagamos o maior IPTU do Rio de Janeiro continuamos a sofrer com arvores podres, erva-de-passarinho e de um profundo descaso. Os moradores do Leblon e Alto Leblon desejam uma ampla e urgente reforma de suas árvores, jardins e calçadas.

Rio de Janeiro, 25 de Abril de 2008

Sére Cartas: Contrasensos Urbanos

Enquanto São Paulo, bem como o Rio de Janeiro, vivem o auge de uma crise dos transportes, a indústria automobilística brasileira vive o auge de seu sucesso produtivo-econômico. Se o primeiro trimestre deste ano de 2008 foi o mais lucrativo para as indústrias de automóveis aqui etabelecidas, com produção recorde de mais de 300 mil veículos, o dia-a-dia do trânsito nas maiores cidades brasileiras tem se mostrado absolutamente tenebroso. Se por um lado GM, Fiat, VW, Ford e Pegeut-Citroen obtem lucros estratosféricos, o prejuízo gerado pelos engarrafamentos são da ordem de dezenas bilhões de reais por ano. Esse é certamente um dos maiores contrasensos que a nossa sociedade pode suportar. Acredito que a única e definitiva solução para este gigantesco problema não será nem o rodízio duplo, nem o pedágio. Acredito que somente quando substituirmos a força produtiva do transporte individual para os verdadeiros transportes públicos, como trens e metrôs (e nada de ônibus), teremos uma sociedade viável.

Rio de Janeiro, 7 de Abril de 2008

Sére Cartas: Energia do Futuro do Pretérito

Na edição deste sábado de "O Globo", os leitores receberam em anexo a seus jornais um livreto ilustrado, muito bonito por sinal, denominado Energia do Futuro, encomendado pela Eletrobrás em defesa da implantação da energia nuclear no país. Variados são os argumentos pró energia nuclear, nesta aparentemente bela publicação, em que infelizmente deixou de citar alguns dados. Esqueceram-se de dizer, por exemplo, que a energia nuclear é talvez a mais cara fonte de energia disponível hoje, tanto para implantação quanto para manutenção. Veja o exemplo de Angra 3, que ainda vai demorar anos até entrar em funcionamento e já estorou o orçamento em mais de 2 vezes alem do previsto. O que é gasto em segurança, para afastar riscos de acidente, com Angra 1 e 2 tambem não é pouco dinheiro não. Muitos estudos já mostraram como é economicamente mais rentável investir em programas de educação para redução do consumo, e em pesquisas para novas e limpas fontes de energia. A energia nuclear já foi, há décadas atrás, vista como Energia do Futuro, hoje em dia é Energia do Passado, convenhamos.

Rio de Janeiro, 7 de Abril de 2008

Série Cartas: Andar de carro?

No Caderno do Ancelmo achei surpreendente e admirável a opinião exposta no quadro Ponto-Final. Realmente o brasilerio deveria mesmo mudar de sonho, ao invés de cobiçar ter um carro zero, deveria se projetar num futuro glorioso, em que se deslocaria pelas cidades através do metrô ou outro transporte público de qualidade. Claro que para viajar, e para sair com a namorada(o), o carro continua sendo melhor opção. Mas a aterradora verdade é que os quase 2 milhões de automóveis, que estão frabicados todo ano no Brasil, estão servindo apenas para congestionar ainda mais as ruas. Sua utilidade é apenas causar um caôs urbano sem precedentes, ou seja, sua inutilidade. Não há por onde trafegar, nem onde estacionar, nem mesmo onde desembarcar os passageiros. Esse caôs é o dia-a-dia nas ruas de todas as grandes cidades brasileiras, e ninguem reclama, claro, porque já tem um carro na garagem. Esse é o maior erro de uma sociedade individualista, sentir-se bem consigo mesmo enqaunto o todo, o coletivo, está indo para as cucuias

Paralelamente, o metrô e os trens, que ainda não carregam nem metade dos passageiros que um dia deverá transportar, ficam absurdamente lotados nos horários de rush. Ser passageiro de metrê é um verdadeiro sacrifício. Outro dia mesmo uma multidão enfurecida quebrou o ônibus de integração do metrô, em frente a Siqueira Campos, pois ele demorara demais a liberar os passageiros. Todos os passageiros estavam espremidos, nervosos, aflitos e doidos para chegarem em seus trabalhos e não tomarem bronca do patrão. Mas como o patrão anda de carro é provavel que ele tenha chegado atrasado tambem. Só não chega atrasado quem anda de helicóptero. Esse é o verdadeiro e único luxo nos dias de hoje. Ter carro na garagem é mesmo besteira.

Rio de Janeiro, 11 de Março de 2008

Sére Cartas: Bicicletários, Mercenários

Ando pelo Rio de Janeiro quase todos os dias de bicicleta. Sinto na pele tanto os prazeres e a saúde que esse tipo de transporte proporciona, bem como os riscos e problemas decorrentes da falta de infra-estrutura. Semana passada mesmo tombei um baita tombo. Mas mesmo dividindo espaço com o barulhento, caôtico e perigoso tráfego de carros, e até correndo risco de vida, não desisto nunca da minha bike. Não só pela saúde de ferro que ela me proporciona, mas por saber que estou contribuindo para um mundo limpo, diferente de tudo que existe hoje.
Finalmente surgiu um projeto que parecia incentivar mais pessoas a deixarem seus sistemas de transporte convencionais e passarem a utilizar suas bicicletas, como eu. Me refiro ao projeto de novos bicilcetários no Rio de Janeiro patrocinado pelo Sul América Seguros, que tem ostentado gigantescos anúncios nas paginas de jornais e em outros meios da mída. Pena que os bicicletários de verdade não sejam tão eficientes quanto a propaganda que divulga o nome do Sul América. Eu, muito animado com a iniciativa, fui testar os protótipos instalados na praia de Ipanema. Chegando lá uma grande decepção, ao contrário do que o propagandeado, os biciletários são sucetícveis a ferugem sim, tanto que já apresentam traços de ferrugem em suas estruturas. Alem disso eles me parecem demasiadamente simples, e não me passam uma sensação de segurança. Sinceramente, acredito que os cidadãos cariocas, e principalmente o meio-ambiente, mereçam investimentos de verdade e uma infra-estrutura urbanística de qualidade.

Rio de Janeiro, 5 de Março de 2008

Série Cartas: Trangênicos Liberados

Essas verdadeiras anomalias genêticas, chamadas de transgênicos, estão sendo liberadas para livre utilização em consumo e ninguem sabe mesmo porque. Não há explicações minimamente razoaveis para tal uso. Já é de conhecimento geral que a utilização dos transgênicos não é, como costumava-se afirmar, economicamente vantajosa. Os agricultuores que fazem uso das sementes trangênicas são obrigados a comprá-las por um preço mais elevado que as sementes comuns, isso porque são proveninetes de laboratórios. Ainda sim, tambem são obrigadas a comprar, obrigatoriamente, da mesma empresa fornecedora das sementes o agrotóxico químico que serve para aquela semente. O agrotóxico envolve ainda mais gastos. Macroeconomicamente falando, o fenômeno dos transgênicos cria oligopólios no mercado da agricultura, não só no Brasil, mas em qualquer lugar do mundo onde se instala. Ecologicamente falando, existe o perigoso risco de contaminação genética, e a própria necessidade dos agrotóxicos, que como o nome diz, são tóxicos. Por que então aprovamos que essa coisa aindo nebulosa e nociva, chamada trangênico, seja plantada em nossos campos? Por que não investimos tempo e trabalho descobrindo as variações genéticas perfeitas que a mãe natureza nos criou ao longo de milhares de anos, ao invés de tentar, em uma década, inventar nossas próprias e imperfeitas?

Rio de Janeiro, 13 de Fevereiro de 2008

Sére Cartas: Há males que vêm para bem

Todos esse embargo comercial imposto pela UE contra a carne brasileira, alem de gerar imensos prejuízos aos produtores e a economia nacional, podem levar a reflexões e conclusões que num todo sejam altamente positivas. O fato principal a ser levado em conta, nesta reflexão, é que o Brasil é maior produtor de carne bovina, atualmente, no mundo. Existem muito mais bois vivendo em território nacional, do que própriamente gente. A população bovina já passou em muito a casa dos 200 milhões. São mais de 200 milhões de cabeças que demandam terreno, alimentação, água e finalmente florestas. Sim, pois como todos sabemos, atualmente, a agropecuária, a soja e a cana, são os maiores vetores de desmatamento por queimadas.
Portanto, esta economia, que hoje nos parece altamente rentável e interessante pode ser motivo de nossa tragédia final. O que no momento nos proporciona lucros recordes, melhora nossa balança comercial e acaba com nossas dívidas, amanhã pode ser nossa maior dor de cabeça. Nossa próxima dívida será com as gerações futuras, filhos e netos que habitarão um mundo em crise climática. Uma dívida muito mais difícil de ser paga, talvez impagável. A herança que lhes será legada, serão florestas destruídas, atmosferas irrespiráveis, solos totalmente inférteis e um calor infernal. Na minha visão, é hora do Ministro da Agricultura, dr. Reinhold Stefanes, e a Ministra do Meio Ambeinte, dra. Marina SIlva, aproveitarem o momento de crise para traçarem novas estratégias, que conciliem definitivamente seus interesses divergentes. Afinal de contas o que será melhor para o Brasil, vender muito agora e faltar depois, ou ser um comedido e responsável neste momento para num futuro respirarmos aliviados, e em paz?

Rio de Janeiro, 7 de Fevereiro de 2008

Série Cartas: Acidente Nuclear Brasileiro

O Ministro da Defesa, Nelson Jobim, parace estar para lá de realizado com suas investidas em alianças com o governo francês. Promete-se a melhoria nos equipamentos bélicos de nossas forças armadas alem de uma cooperação para a criação do primeiro submarino nuclear nacional. Mais do que isso a aliança promete ser inovadora por permitir a transferência de tecnologia para nosso país, criando com isso um suposto avanço científico para o Brasil. Ora, não vejo avanço nenhum nesse tal submarino nuclear, apenas retrocesso e provincianismo. Essa é uma tecnologia já antiga, há muito dominada pelos países desenvolvidas, por tanto, não tem nada de inovadora.
Tanto que a energia nuclear na própria França, bem como na Alemanha e outros países tecnologicamente desenvolvidos, estão em processo de total decadência. Apesar de não criar a mesma emissão de CO2 que as termelétricas a carvão criam, os reatores nucleares são carissimos de construir e manter. Geram uma enorme quantidade de perigosíssimo lixo radioativo, e representam risco a saúde geral. Pior ainda essas coisas flutuando sob o mar, já consigo imaginar o terror de kilos de césio, uranio e plutônio contaminando irremediavelmente nosso tão precioso litoral. Acho que se o Ministro da Defesa tivesse real interesse em ajudar as políticas de segurança nacional, ele estaria investindo em desarmamento, e não nesse tola e retrograda militarização por energia atômica.

Rio de Janeiro, 30 de Janeiro de 2008

Série Cartas: Salários Humilhantes

Ao fazer a leitura das reportagens do O Globo deste domingo, como sempre me veio a indignação. Face a muitos absurdos e descontroles de nossa sociedade a única coisa que me parece correta são as reportagens feitas sobres estes absurdos. Bom pelo menos existe gente atenta, gente que denuncia e gente que quer transformar. Mas a minha maior indignação deste domingo não veio através de nenhuma reportagem não. Minha indignaão suprema ocorreu quando li os anúncios de emprego no caderno Boa Chance.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio lançou concurso para fazer reserva de mais de 800 profissionais de níveis médio e superior, alem de mais de 600 para nível fundamental. Bom, mas o que há de revoltante nisto? A secretaria simplismente quer contratar profissionais formados em universidades, como biólogos, enfermeios e médicos por módicas quantias de R$669,48. Valor apenas R$25 mais alto que para a contratação de profissionais de nível médio. E apenas R$153 acima dos salários de nídeis fundamentais. Nenhum destes salários condiz com o valor das funções exercidas (nivel fundamental ou superior). Acho que mau da para pagar a alimentação de uma família humilde com isto. E mais do que o disparate lógico que representam, evidenciam uma grave crise política. A de total descompromisso dos políticos com a saúde pública. Não só a saúde: outro dia foi a vez do governo do estado, que contratava 4 mil professores por ridículos salários em torno de R$500. Se continuarmos desse jeito todos os serviços públicos vão naufragar rapidinho, e sem chances de resgate. O única opção será mesmo o serviço privado. E os rios de impostos que pagamos aos governantes, vão acaba todos em ONGs de suas esposas, ou algo que o valha.

Rio de Janeiro, 27 de Janeiro de 2008

Série Cartas: Vista Grossa

Escrevo para parabenizar a excelente reportagem publicada por Miram Leitão em sua coluna, no caderno economia. Não só por sua precisão de informações, mas principalmente pela coragem de enfrentar essa máfia perigosa dos madereiros. Ela deixou claro uma coisa que a muito tempo me parecia óbvia, mas que quase ninguem discute. As atrocidades que acontecem em nosso país, o profundo desrespeito as leis e as regras que regem nossa economia e nossa civilização como um todo, ocorre não por falta de informação ou por falta de competência. As atrocidades ocorrem por causa da vista grossa de nossas autoridades, que de alguma forma se beneficiam das atrocidades e, portanto, têm interesse que estas ocorram. Essa vista grossa é tão clara agora, que Miriam soube citar em detalhes a rota da extração de madeira ilegal na Amazônia. Não vamos bem, e nem a Antártica que está degelendo muito mais que suspeitavamos. Ora, a relação entre aumento de desmatamento e o proporcional aumento do aquecimento global, hoje, já é mais que certa a ciência dos homens. Mas, é claro, que não devemos culpar somente o Brasil por isso. A culpa não é só nossa. Nós, pelo menos, temos a condição de tentar salvar os outros. Temos a condição de usar a maior floresta tropical do mundo para trabalharmos pelo bem da Terra e nos tornarmos mais repeitados internacionalmente por isto.

Outros tipos de vista grossa, alem do desmatamento ilegal, certamente existem aos montes. E adoriaria ver reportagens semelhantes sobre os mesmos. O tráfico de drogas, por exemplo. Ora, plantar toneladas de maconha e de folha de coca não é fácil. Uma grande plantação é algo bem visível e localizavel geograficamente. E portanto, para que elas ocorrram, é necessário que muitas pessoas finjam que não estão vendo nada. E o tráfico de armas? Ora, será que até hoje as grandes indústrias bélicas não sabe para quem vende os aramamentos. Bom, se não vende para o exército, só pode estar vendendo para algum tipo de narcotraficante ou guerrilheiro. Afinal de contas, quem iria querer um fuzil ou uma metralhadora ultra-moderna em casa? O que um sujeito comum faria com isso?

Rio de Janeiro, 25 de Janeiro de 2008

Série Cartas: Desordem Urbana

É no mínimo curiosa a manifestação dos cidadãos cariocas para atrasar o pagamento do IPTU. Desse fenômeno, que me parece inédito, acho que podemos tirar algumas boas constatações. A mais óbvia delas é a profunda insatisfação do povo com seus mecanismos de governança e principalmente com sua incapacidade de administrar a desordem estabelecida, e não é para menos. Outra é que, apesar da descrença geral, os cidadão têm conseguido se unir para fazer valer seus interesses, e isso é muito positivo. Mas, o mais interessante de se pensar é que os cidadãos insatisfeitos encontram uma forma de organização totalmente alternativa ao governo oficial, eles querem fazer valer seus interesses através de protestos bandalheiros e não através de seus representantes na Alerj. Conclusão: os homens e mulheres eleitos para defenderem os anseios da população parecem sempre fazer parte de um desgoverno, ao invés de um suposto governo.
Acho muito bonita e válida a iniciativa do movimento contra a desordem urbana no Rio. A união do povo é a coisa mais bonita de se apreciar em uma sociedade. Mas tambem tenho minhas críticas. Acho perda de tempo se reunir para gastar energias em torno de um boicote besta desses. Seria muito melhor que esses cidadãos estivessem aproveitando seus preciosos tempos em propor soluções, apontar rumos, sugerir projetos, ao invés de agirem como crianças mimadas que sempre esperam receber a "comida na boquinha" do papai César Maia.

Rio, 15 de Janeiro de 2008

Série Cartas ao Jornal

Começo aqui a publicar as cartas que habitualmente mando para as redações do jornais que leio. Quase sempre são cartas destinadas a seção Cartas de Leitores, de O Globo. Algumas são publicadas, outras não... E quando publicadas, sempre sofrem algum tipo de corte.

De qualquer maneira, este hábito que tem feito parte da minha vida, tem constituido um das maneiras mais eficientes de me fazer ouvir. Claro que o que faço não se restringe a isto somente. Quantas vezes não liguei para as instituições púbicas ou privadas para reclamar de seus maus serviços. Já publiquei artigos em jornais comunitários. Me uni com o pessoas na minha faculdade. E vez por outra mando uma cartinha para o jornal.

A partir de hoje estarei publicando todas as cartas já enviadas e as que enviarei futuramente para os profissionais da grande imprensa. Espero com isso que vocês possam usufruir deste sentimento e de desejo de mudança que nelas estão imbuidos. E servem tambem para que outros se sintam incentivados a fazer o mesmo.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Indignação e Atitude

Indignação e Atitude

É com estas palavras que desejo dar início a este meu pequeno blog, que compartilho com todos vocês.
Um blog que realmente é fruto destas duas virtudes, que acedito possuir minimamente que seja em mim.

Indignação não é exatamente uma virtude, eu sei. Principalmente hoje em dia, quando qualquer um que mora numa grande cidade, ainda mais em grandes cidades de países sub-desenvolvidos ou em desenvolvimento, está sujeito a ficar indignado a todo momento Há até mesmo aqueles que sempre vivem indignados com tudo. Não é para menos. Nosso dia-a-dia precário, nossa falta de amparo e de horizontes. São tantos os fatos que podem nos indignar que talvez virtude mesmo seja se resignar.

Mas não adianta somente se resignar, não. Temos que tomar atitude para ver o progresso chegar. Se é que ele vai chegar... Desde as pequenas atitudes, como não jogar lixo na rua. Até as grandes, como se juntar a loucos sonhadores em passeatas, organizar ONGs, ou simplesmente mandar uma carta para o jornal. Pois sair da inércia e tomar partido faz toda diferença. E se nós não mudarmos o mundo, pelo menos já mudamos a nós mesmos, e já mudamos às nossas consciências.

Então é mais ou menos neste intuito que eu cirei o Blog Deshonra à Patria. Minha pequena válvula de escape. Meu pequeno recanto, onde desejo compartilhar meus sofrimentos. Deshonra à Pátria é sobre todos aqueles problemas, conflitos, que não tem jeito mesmo. Deshonra à Pátria é sobre todos aqueles dramas que já existiam no mundo mesmo antes de nossos avós nascerem. E mesmo assim, nos sentido forrmiguinhas, desejamos mudar.

Sejam bem-vindos!